Música Litúrgica


PAZ E BEM PESSOAL!!

Vamos seguindo no nosso caminho de aprendizagem, melhorando nosso conhecimento sobre música litúrgica.
Desta vez, quero trazer a vocês a possibilidade de visualizar o estudo da música litúrgica de forma simplificada, materializando aquilo que estamos falando. Esta é, também, uma forma interessante de se aprender.
Me lembro que certa vez numa pregação, nosso mestre, Pe. Joãozinho, scj nos levava a imaginar um velocípede ou triciclo, um tipo de bicicleta com três rodas, nos dando um exemplo de como escolher a música certa para a hora certa. Este meio de locomoção, como foi dito, possui três rodas, uma na frente, que dá a direção e, duas atrás, que dão a força. Seria mais ou menos a ideia de que você pedala, gira a corrente e tem a energia que permite a locomoção. Então, fazendo uma analogia à música litúrgica, a roda da frente é a realidade da assembleia. Com quem e o que se celebra. São crianças, adultos, idosos? No norte ou no sul? É em um centro urbano ou no interior? Estão em um retiro? É uma missa de 7º dia? Tudo isso deve ser levado em conta.
Recordo ainda que o padre contou de uma certa vez em que ele celebrava uma missa de corpo presente e o canto inicial foi “A alegria está no coração”. Depois, avisaram de que o momento, por mais que se tenha fé na ressurreição, não era de tanta alegria. Jesus chorou quando Lázaro morreu. Alguém que perde um ente querido precisa também do seu luto. O músico precisa ser sensível a essa realidade. Aquela canção não era a mais adequada para aquela realidade.
Seguindo com nosso comparativo, temos também as duas rodas traseiras. Uma delas é o tempo litúrgico e é sobre ele que vamos falar um pouco mais no post de hoje. Como todos sabemos, existe o ano civil, que começa no dia 1º de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. Mas há também o ano litúrgico, que começa no 1º domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina com a Solenidade de Cristo Rei.
O ano litúrgico se divide em: Ciclo do Natal (que começa no advento), Ciclo Pascal (iniciado na Quarta-Feira de Cinzas) e Tempo Comum (a partir da Festa da Santíssima Trindade, celebrada no domingo seguinte a Pentecostes).
No tempo do Advento, temos duas perspectivas: a que celebra a espera do Cristo encarnado, que chega no Natal e a que celebra a expectativa da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos. É um período de alegria, porém, contido. Não se canta o Hino de Louvor (Glória) nesse tempo.
O tempo do Natal se inicia na véspera, dia 24, e vai até ao domingo em que se recorda o Batismo do Senhor. O Natal é, depois da Páscoa, a data mais importante do calendário litúrgico.
O tempo da Quaresma (de 40 dias) expressa contrição e arrependimento. Volta-se a atenção para a conversão e a penitência. Os instrumentos devem ser tocados de forma discreta e não se canta “Aleluia” e nem o hino de louvor (Glória).
O Tríduo Pascal (Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa – único dia em que não há Missa e sim Celebração da Palavra ou Ato Litúrgico –  e Sábado Santo) e o Tempo Pascal, celebrado a partir do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, formam o tempo mais importante, por assim dizer, do Calendário Litúrgico. Essa festa se estende por 50 dias após a Páscoa, culminando em Pentecostes.
Após o tempo Pascal, há também o tempo comum, em que celebramos os mistérios da vida de Cristo, Seus feitos e milagres.
Então, é preciso perceber que em cada período entoamos o canto de uma forma. É muito diferente cantar na Quaresma e cantar no Tempo Pascal, por exemplo. Há diferenças também entre as solenidades, festas que a Igreja celebra. Encontramos tudo isso no diretório litúrgico, que é publicado anualmente pela CNBB e apresenta tudo que nos é necessário saber: tempos, leituras, cores…  Precisamos ficar atentos a tudo isso para manter uma ligação íntima entre música e liturgia.
No nosso próximo encontro, falaremos sobre a terceira roda do nosso triciclo: cada momento da celebração.
Um abraço fraterno por meio de Cristo Jesus que nos une!
Léo Mantovani

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