A Liturgia do Natal
A
data 25 de dezembro não é confirmada historicamente como oficial ao
nascimento de Jesus. Segundo estudiosos, a explicação mais provável
nasce na tentativa de a Igreja de Roma suplantar a festa pagã do “Natalis (solis) incicti”.
Foi
no século III que se difundiu no mundo greco-romano o culto ao sol. Foi
o Imperador Aureliano (275 d.C.) que deu a esse culto uma importância
oficial. Assim, o culto ao sol tornou-se um símbolo da luta pagã contra o
Cristianismo. A data principal dessa festa era 25 de dezembro. Era
celebrada no solstício de inverno e representava a vitória anual do sol sobre as trevas. Visando
purificar essa celebração pagã, a Igreja deu a ela um significado
diferente, tendo como base uma rica temática bíblica: Lucas 1,78;
Efésios 5,8-14. Enquanto celebrava-se o nascimento do sol, a Igreja
apresentou aos cristãos o nascimento do verdadeiro Sol: Cristo, que
apareceu ao mundo após longas noites de pecado.
Celebrar
o Natal é celebrar o Sol da Vida, que nos ilumina com Sua graça
salvadora. É a Luz de um novo tempo que nasce em nosso coração e deseja
fazer morada definitiva em nós.
São
Leão Magno, em seu "Sermão de Natal", escreve: “O Natal do Senhor não
se apresenta a nós como lembrança do passado, mas o vemos no presente”.
Fazemos memória presente do nascimento de Cristo em meio à nossa frágil
humanidade. Natal não é festa de uma ideia, mas é a festa que celebra a
nossa salvação. A Festa do Natal é o ponto de partida para nossa
salvação realizada por Cristo.
O
Tempo do Natal começa com as primeiras Vésperas do Natal e termina no
domingo depois da Epifania (entre 2 e 8 de janeiro). Interessante
ressaltar que a Liturgia do Natal do Senhor se caracteriza por quatro
Celebrações da Eucaristia, assim distribuídas:
1
– Na tarde do dia 24 se celebra a Missa vespertina . Esta Missa tem
caráter festivo, com o canto do Glória e a Profissão de Fé.
2 – Na noite de 25, em geral à meia-noite, celebra-se a primeira Missa do Natal do Senhor.
3 – Ao alvorecer se celebra a segunda Missa do Natal.
4 – Durante o “dia” de Natal se celebra a terceira Missa da festividade.
A solenidade do Natal prolonga sua celebração por 8 dias contínuos, conhecidos como: Oitava do Natal.
Cada uma destas quatro Missas tem Leituras e Orações próprias, a saber:
1
– Missa da Vigília: Primeira Leitura: Is 62,1-5; Salmo Responsorial: Sl
88; Segunda Leitura: At 13,16-17.22-25; Evangelho: Mt 1,1-25.
2 – Missa da Noite: Primeira Leitura: Is 9,1-6; Salmo Responsorial: Sl 95; Segunda Leitura: Tt 2,11-14; Evangelho: Lc 2,1-14.
3 – Missa da Aurora: Primeira Leitura: Is 62,11-12; Salmo Responsorial: Sl 96; Segunda Leitura: Tt 3,4-7; Evangelho: Lc 2,15-20.
4 – Missa do Dia: Primeira Leitura: Is 52,7-10; Salmo Responsorial: Sl 97; Segunda Leitura: Hb 1,1-6; Evangelho: Jo 1,1-18.
Natal
é tempo de festa e alegria. É tempo de estar unido à comunidade
celebrando o dom da vida manifestada no nascimento de Jesus Cristo.
Celebrar o nascimento de Cristo é estar unido à Igreja em todo o mundo
que se une na fé e na esperança de um novo tempo.
A
participação nas Missas é fundamental, pois nos reunimos em comunidade,
na qual o Cristo se revela a cada um de nós e a todos por meio do Pão da
Palavra e do Pão da Eucaristia. Para melhor participarmos destas
celebrações é interessante meditarmos antecipadamente as Leituras que
serão proclamadas durante a Missa. O silêncio exterior e interior é
oportunidade para melhor celebrarmos o Sol da Vida, que nos ilumina com
Seu amor salvífico.
Padre Flávio Sobreiro
fonte: Canção Nova
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